Algumas reflexões sobre frequência, quantidade e contexto alimentar!
A era das redes sociais trouxe muita coisa incrível, mas também uma ou outra pedra no sapato, né?
Sim, eu sei, uma destas pedras é bem associada com o excesso de informação sobre alimentação e nutrição sem critério, individualização e contexto.
Uma pena, pois parece (cada vez mais) que a alimentação virou um ato robótico, chato e cheio de culpa. Como se todo mundo devesse comer igualzinho as musas e musos fitness do instagram - que ganham dinheiro para expor seu estilo de vida nas redes, diga-se de passagem. É um trabalho! Se você não é influencer de vida fitness, então esse post é para você.
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Explico o meu desabafo inicial: esses dias, atendendo um simpático menino de 5 anos, fui questionada por ele sobre o que ele podia comer na páscoa, qual chocolate era o melhor. Respondi, com um tom de "ué?" que era pra ele escolher o chocolate que ele mais gostasse, era exatamente o que eu iria fazer.
Por qual motivo deveria ser o contrário?
Uma criança saudável, com algumas questões alimentares, mas ainda assim um menino que não precisava de restrições alimentares por motivo clínico.
Levei olhares fulminantes de todo mundo ali presente, e um "yeeees!" comemorativo do meu pacientinho.
Queriam o que? Que eu orientasse que na páscoa era pra ele comer fruta no lugar do chocolate?
É PÁSCOA, POXA VIDA!
Sinceramente, acho difícil entender essa turma que acha que existe alimentação "perfeita" é sem açúcar.
Não é.
A alimentação perfeita é aquela que cabe na sua rotina. É aquela que respeita os conceitos de frequência, quantidade e CONTEXTO alimentar, quando o assunto é comer aquilo que chamamos de "guloseimas", onde o chocolate se enquadra. Comer um delicioso chocolate na páscoa (ou seja, com contexto) é saudável. Faz parte de uma vida normal. Comer chocolate todos os dias, sem controle de quantidade, pode não ser saudável. Comer exageradamente um volume alto de chocolate, mesmo que na páscoa, pode não ser saudável. Percebe a diferença?
Proibir e/ou restringir severamente traz ansiedade e a ansiedade carrega consigo o consumo exagerado (e rápido). Vamos buscar o equilíbrio?
O que você vai fazer para ter uma páscoa saudável comendo o chocolate preferido?