A obesidade na infância e adolescência

A pandemia nos trouxe um "brinde" bem estranho... As crianças ficaram mais ansiosas (e isso tem efeitos na alimentação), mais seletivas (especialmente para alimentos naturais) e, também, ficaram mais gordas.
As famílias pipocam no consultório. O cenário acima não escolhe idade, sexo ou classe social.
Tratar a obesidade é extremamente complexo. Agora, na infância e adolescência então... triplique.

A criança é um ser pertencente ao meio em que vive. Se a alimentação dela precisa passar por adequações, isso significa que a família também vai entrar na dança.
"Mas, Iza, a gente come bem. Nós já somos exemplo."
Alimentação não é apenas sobre O QUE COME, mas também sobre COMO COME. Neste segundo coloque incontáveis variáveis que podem influenciar a escolha alimentar dos pequenos.
Assim, famílias que não interiorizam que a mudança será para todos, não caminham.

Crianças não são "mini adultos". Sabe aquelas orientações que são propagadas para adultos emagrecerem? Então, muito provavelmente elas são péssimas para usar com crianças e adolescentes.
Ter pressa é cilada. É importante lembrar que crianças crescem, e isso é um trunfo. Na maioria das vezes a gente organiza a rotina, trava um pouco o ganho de peso, e deixa a criança crescer. Mas, a gente vive em um mundo de pessoas com pressa... isso atrapalha tanto os processos.

Crianças NÃO FAZEM DIETA RESTRITIVA. CRIANÇAS SÃO SEREM HUMANOS EM FORMAÇÃO. Formam não apenas seu paladar, hábitos e comportamentos alimentares. Mas a infância é a fundação de uma construção do ponto de vista físico e psicológico. Expor os pequenos a este tipo de comportamento abre janelas e portas escancaradas para os transtornos alimentares que são doenças psiquiátricas gravíssimas. E este não é um legado bacana para se deixar.

A gente pisa em ovos mesmo.

Por isso, tenha calma. Procure ajuda especializada (nutri infantil). CONFIE. Não tente resolver tudo com uma consulta. A alimentação é complexa.

No final, será bonito olhar pra trás e ver que quando a complexidade da obesidade infantil é respeitada, todo mundo sai ganhando.

Com carinho, Iza.

Postado por: Nutricionista Izabella Tesoto