Por muito tempo falávamos do leite anterior e posterior, onde o primeiro era o do início da mamada, com papel nutritivo e hidratante, porém com menor concentração de gordura, e o segundo, o do final da mamada, responsável por fazer o bebê ganhar peso, já que sua composição é mais gordurosa. A orientação, portanto, era: esvazie a mama, para o bebê ter acesso ao leite posterior e, assim, ganhar peso.
Hoje este conceito se atualizou, e vou explicá-lo brevemente.
A ciência nos mostrou que para amamentar existe um processo super complexo, que chamamos de "Psicofisiologia da amamentação", que, por sua vez, também vai influenciar não só na descida do leite, mas sua composição.
Vou exemplificar dois processos:
1. o bebê, ao sugar a mama, ativa a hipófise anterior, que produz prolactina, que é responsável pela produção do leite
2. emoções como (olhar, tocar o bebê, pensar nele...), ativa a hipófise posterior, que produz ocitocina, que estimula as células mioepiteliais, e produz o "leite gorduroso", ou também conhecido como "leite posterior".
Ou seja, o que chamávamos de "leite posterior" existe, porém, ele pode aparecer em qualquer momento da mamada, desde que a mãe esteja confiante, apoiada e estimulada para, então, produzir ocitocina. Portanto, o "leite gorduroso" depende muito fortemente da ocitocina e das emoções positivas relacionadas ao ato de amamentar. Se a mãe estiver tensa, insegura, estressada e amamentar por uma hora, o "leite posterior" provavelmente não irá descer.
Isto reforça o fato de que precisamos acolher estas mulheres, e estimulá-las a se empoderarem já durante a gestação, para que sintam-se mais confiantes no processo. Não é fácil, sabemos. Para nós, humanos, amamentar é um pouco menos instintivo, e por isso as dúvidas e inseguranças são comuns.
Por isso, não demore para procurar ajuda, e confie, vai dar tudo certo <3
Postado por: Nutricionista Izabella Tesoto